Publicado no Jornal da Manhã em 12/08/2025.
Os EUA se arrogam ser a nação guardiã da democracia e da liberdade no mundo. Será? Vamos ver. Os EUA nasceram uma nação invasora.
Foi assim que construiu seu território de oceano a oceano, tomando as terras do
México. Isto depois de exterminar as nações indígenas, sob inspiração do
“destino manifesto”, que faz o estadunidense acreditar que esteja predestinado
a dominar o mundo. Foi assim durante a Segunda Guerra Mundial, quando esperou
anos para engajar-se, agigantando suas indústrias de armas, enquanto Alemanha,
Rússia, França, Itália e Inglaterra devastavam-se na Europa. Foi assim quando
perpetrou o mais nefasto ato terrorista e genocida da História, as bombas de
Hiroshima e Nagasaki. Foi assim quando, terminada a guerra, único grande país
que saiu com seu território ileso do conflito, submeteu todas as nações do
mundo ao jugo do dólar. Foi assim quando invadiu Coréia, Vietnã, Iraque, Afeganistão,
Líbia, Síria e conspirou golpes no Irã, Chile, Argentina, Brasil, Venezuela,
Guatemala, Ucrânia e tantos outros, a pretexto de deter o fantasma do
comunismo. Foi assim quando, impedido de invadir, embargou Cuba, Venezuela,
Irã, Coréia do Norte, Rússia. Está sendo assim quando patrocina o genocídio na
Palestina, a guerra na Ucrânia, o ataque ao Irã.
Agora, com o crescimento da China e a ameaça à cambaleante
hegemonia estadunidense, o enlouquecido Trump já não inventa subterfúgios para
extravasar a ânsia de dominação do destino manifesto: quer submeter todas as
nações do mundo, alinhadas ou não, ao que resta de poderio econômico dos EUA. Organizações
internacionais, acordos, alianças já não têm nenhum préstimo. Antes, tinham o
préstimo de ludibriar, de mascarar. Já não é necessário ludibriar: as garras da
águia são expostas com o indisfarçável intuito de ameaçar e subjugar. É o caos
mundial, a desordem intencional, que visa a dominação.
Não se trata só de tentar salvar a decadente
supremacia econômica e militar estadunidense, através do comércio privilegiado,
da usurpação de recursos naturais, dos embargos, chantagens e tramas
comerciais. Também está em jogo a supremacia ideológica do neoliberalismo
concentrador de riquezas, contra o socialismo distributivo. Com as tecnologias
atuais de informação e desinformação, aprofundou-se a crença do fantasma
comunismo ameaçando o planeta. Este tem sido o falso pretexto, agora
desmascarado, para invadir o mundo. A guerra cognitiva imbeciliza o senso comum:
transforma estadistas em ladrões; milicianos em mitos messiânicos; sistemas
econômicos que protegem super-ricos e multiplicam a pobreza em ilusão de
liberdade e prosperidade; sistemas que visam a equidade zelada por Estados
fortalecidos em mordaças à livre iniciativa...
Adentramos a era da desinformação e da ignorância.
A educação, com tantos recursos tecnológicos que poderiam estar nutrindo uma
nova civilização, está sendo manipulada para fomentar a intolerância, o medo, o
ódio, a idiotice, a violência, a subserviência, a desesperança. A força da
renovação e transcendência parece bloqueada pela força do reacionarismo e do
obscurantismo.
Talvez essa reação ao progresso da humanidade seja
algo natural: toda grande mudança encontra rejeição por parte de muitos. Mas a
sina é evoluir. Tem sido assim ao longo da evolução das espécies no planeta. A
barbárie que ora prospera é o que vai separar o joio do trigo, e fazer nascer o
ser humano lúcido, consciente das fragilidades de si mesmo, de seu próximo e da
pródiga natureza.
A superação da hipocrisia, ainda que seja pela
indisfarçada assunção da prepotência, pode ser o ponto de inflexão da evolução
da humanidade.
Sao invasores e belicosos. Meu receio é que pra conseguir o querem, resolvam invadir nosso país.
ResponderExcluirMesmo pq entreguistas, não faltam.
SERÁ?
ResponderExcluirNão acredito que um dia sejamos capazes de nos redimir. Continuaremos egoístas violentos gananciosos, deem o nome que quiserem, somos maus por natureza, sem hipocrisia
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