quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Voto no Brasil!

Publicado no Jornal da Manhã em 28/10/2022

Analistas afirmam que cinco nações do mundo estão credenciadas para serem exitosas, pela grandeza de seu território, tamanho da população, valor do PIB, abundância de recursos naturais e solos cultiváveis. São elas EUA, China, Rússia, Índia e Brasil. Porém, outros analistas alertam que faltam ao Brasil atributos imprescindíveis para que a previsão de prosperidade se concretize: educação sólida e estabilidade democrática. Diz-se que a crise na educação do país não é uma crise, é um projeto. E que o projeto de deseducação serve justamente para solapar a democracia; sob a vênia de uma população apática, incapaz de discernir e de resistir, sofremos uma sucessão de golpes que depõem governos eleitos e nacionalistas, e entronizam governos fantoches das nações imperialistas que mandam no mundo.

Somos uma jovem e conturbada democracia, ainda estamos aprendendo a votar. O voto é ferozmente disputado, muitas vezes por vias enganosas. Os candidatos são apresentados ao eleitor como um produto comercial, do qual se exaltam supostas qualidades e escondem-se defeitos. Amiúde as campanhas dedicam-se quase que exclusivamente a desqualificar os adversários, com acusações que não precisam ser verdadeiras; basta serem arrasadoras. A verdade cedeu lugar à mentira, urge que seja resgatada.

Diante disso, como deveria ser o voto para o Brasil acordar, fazer jus à previsão de tornar-se uma forte e próspera nação? Talvez o primeiro passo seja mesmo acabar com a miséria e melhorar a educação. Se o país é rico, a riqueza deve ser melhor distribuída. Somos um dos campeões da desigualdade econômica e social do mundo; isso precisa mudar. E o ensino tem que ser recuperado. Tem de formar profissionais competentes e responsáveis, bons educadores, pesquisadores, cientistas, pensadores, artistas... É preciso formar cidadãos que saibam fazer e pensar, e não só fazer. É pensando que reavaliamos, corrigimos, evoluímos e prosperamos.

O bom voto seria pela soberania. Na década de 1960, Celso Furtado já preconizava um desenvolvimento econômico voltado para atender primeiro a grande população do país. Um mercado interno forte pode estabilizar a economia, livrando-a das crises e especulações internacionais. Urge também agregar valor ao que produzimos para exportação: exportar produtos valorizados, e não só matérias primas brutas e baratas.

O bom voto seria pela liberdade, pela civilidade, pela justiça e pela tolerância com o diverso. Liberdade de expressão, de ideologia, de religião, de opção sexual... Civilidade e justiça significam o reconhecimento que a liberdade do indivíduo termina onde começa a do outro. Isto quer dizer respeito com o diverso, apreço com valores universais como a verdade, a liberdade, a solidariedade, a urbanidade, a amorosidade, a honestidade, o zelo... E o diverso pode ser de muitas naturezas: raça, fé, cultura, língua, local de nascimento, ideologia, até o time de futebol do coração.

O bom voto seria pela paz. A violência, a beligerância, é o recurso dos que não toleram a diferença. Só se deve ser intolerante com a intolerância e com o iníquo. A paz ajudaria a promover a inclusão social, afastaria a insegurança e o crime.

Enfim, que o voto no Brasil seja na esperança de um futuro de luz, paz e alegria.

Esse é meu voto.

 

5 comentários:

  1. A ELITE BRASILEIRA, DESDE A ÉPOCA COLONIAL É EXCLUDENTE E JAMAIS PERMITIU, DE DIFERENTES MANEIRAS E MEIOS, À MAIORIA TER ACESSO ÀS RIQUEZAS DO PAÍS. DISTRIBUIR IGUALMENTE, NUNCA FOI PROJETO PARA ELEVAR EDUCAÇÃO COMO PRIORITÁRIA E ESSENCIAL

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    1. Elite escravagista. Extremamente egoísta e imprudente.

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    2. É isso ! Voto pelo bem de todos !
      Voto pelo bem do Brasil !

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