Brasil, que em 2019 você se dê conta de sua grandeza. Há
cinco países que reúnem tamanho do território, população e valor da produção
(PIB) que os credenciam para potências mundiais: EUA, China, Rússia, Índia e
Brasil. Nós, talvez junto com a Índia, ainda não acordamos para a nossa
grandeza. Que acordemos, e deixemos de estar deitados eternamente em berço
esplêndido. Sim, nosso berço é esplêndido. Nosso território tem riquezas que
nenhum outro tem: petróleo, minérios estratégicos, solos agricultáveis, rica
biodiversidade, água boa e farta, abundante energia solar. E temos também
vantagens humanas: conformidade de idioma, cultura, religião.
Que acordemos também para a dignidade. Se nossa história
nos fez sempre colônia explorada, que tomemos a decisão de deixar de sê-lo.
Hoje a dominação não mais se faz com canhões e fuzis, mas com a manipulação da
informação, da economia, a corrupção de autoridades locais. Os assassinatos não
são mais de pessoas, mas de economias, de nacionalidades, de identidades, de
dignidades. Que tenhamos o amor próprio e o discernimento para enxergar quem
são nossos verdadeiros inimigos, e não deixemos que eles nos roubem a honra, a
probidade e os sonhos.
Que 2019 seja um ano de reconciliação. Que sejamos
capazes de superar conflitos pela diferença de ser e pensar. Antes de tudo, uma
sociedade tem de ser livre, inclusiva. Os ódios que têm sido cultivados entre nós
não são úteis ao Brasil. São úteis àqueles que invejam nossas riquezas, e temem
que nos emancipemos e delas desfrutemos nós mesmos. Esses ódios são estranhos a
nós. Têm sido cultivados por interesses estrangeiros que não querem nos ver bem
sucedidos. Que acordemos para a cobiça externa que quer ver nossa discórdia e
fracasso.
Que compreendamos que reconciliação inclui aqueles que marginalizamos.
A raiz do crime e da violência é a miséria, material e moral. A forma mais
eficaz de combatê-la é a justiça e a inclusão social. Se lhe for dada a chance
de ser um cidadão digno, a esmagadora maioria vai escolher a dignidade, não o
crime. Que em 2019 saibamos fazer com que a escolha pela inclusão e dignidade
vença a escolha pela exclusão e o crime.
Que em 2019 tenhamos consciência do maior valor do ser
humano: a liberdade. Que compreendamos que o custo da defesa da liberdade, o
engajamento, o enfrentamento, o desassossego, o desgaste, é irrisório se
comparado ao custo de sua perda. A liberdade é o bem essencial para alcançarmos
a dignidade, a identidade. E a liberdade começa com a de podermos viver de
acordo com nossa natureza. É preciso respeitar as singularidades de um índio, um
negro, um asiático, um europeu, um mestiço. A educação não pode abdicar de
transmitir valores primordiais como verdade, justiça, soberania, honestidade.
Nem pode deixar de perscrutar a História no resgate de aprendizados essenciais
para o funcionamento das sociedades. Nem pode ser acusada de doutrinadora ao
fazê-lo.
E o maior voto para o ano de 2019: que o imenso desejo de
mudança do Brasil se concretize. Que a esperança de superar os desmandos das
autoridades e a violência dos excluídos criminalizados gere uma energia de
transformação irresistível. Que a probidade e a solidariedade do cidadão
simples e honesto varra a desfaçatez enraizada nos poderosos. Que o ímpeto de emancipação
debele a violência da intolerância e da miséria.
Se os brasileiros acreditarem no Brasil livre e grande,
assim será o Brasil.