Desde meados dos anos 1990 até o início
da década de 2020, alguns acontecimentos destacam-se na história do Brasil. É o
período entre a “privataria tucana”, que é título de livro, até o que podemos
denominar a “bravataria insana”, que vivemos no país desde 2019. Nesse período
aconteceram a privataria tucana, o mensalão, o petrolão, a Lava Jato, o
impedimento de Dilma, a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro, que inaugurou
a atual bravataria insana.
A privataria tucana, no governo FHC, é
considerada por muitos a maior operação de corrupção no país. Ocorreu durante
as privatizações de estatais, principalmente a Vale do Rio Doce e a Telebrás.
Dinheiro das fraudes em benefício do PSDB e seus quadros era operado pelo
Banestado, o banco estatal do Paraná. Após a descoberta das transações ilegais
o banco foi fechado. Aliás, não foi o primeiro caso de suposta falência de
banco estatal em governos tucanos. O primeiro foi o Banespa, de São Paulo, que
também fechou durante governo do PSDB.
Lula assumiu a presidência em 2003, em
2005 já estava às voltas com a acusação do mensalão, ou seja, a suposta compra
sistemática de votos de parlamentares pelo governo, para dar-lhe sustentação.
Demorou até que investigações provassem que o mensalão foi inventado pelo
denunciado Roberto Jefferson para livrar-se de acusações que pesavam sobre ele.
Compra de votos existia sim, como sempre tem existido, mas não por um esquema
do governo, mas pelos onipresentes conchavos enraizados na política.
A farsa do mensalão não foi suficiente
para impedir que Lula se reelegesse e elegesse sua sucessora Dilma. Então vieram o petrolão e a Lava Jato. Estas operações vergaram a gigante Petrobras, que
acabara de descobrir o pré-sal e exportava know-how, impedindo sua
internacionalização e a de grandes construtoras brasileiras que andavam a
ganhar o mundo, principalmente na América Latina e África. Os desvios
comprovados nessas empresas, embora vultosos e criminosos, acontecem amiúde em
todo o mundo. Entretanto, lá fora são sanados em ajustes que punem os
infratores mas não destroem as empresas, e sim corrigem-nas. Aqui as coisas
foram feitas para destruí-las.
A seguir veio a deposição de Dilma. O
argumento legal foram as pedaladas fiscais, praticadas por todos os governos
anteriores, e legalizadas após o golpe que depôs a presidenta. Na prática, o
clima para o golpe foi conquistado graças a uma sabotagem da economia por
empresários que não queriam a continuidade de um governo empenhado em diminuir
o fosso econômico e social no Brasil, e pela mídia que lhes deu apoio.
O grande evento seguinte foi a prisão de
Lula. Hoje, em parte graças ao trabalho de hackers e não da ação de órgãos de
investigação que existem para isso, a farsa da Lava Jato está sendo
desmascarada. Embora desde o princípio renomados juristas mundo afora já
apontassem que se tratava de uma operação fraudulenta, criminosa, com objetivos
políticos.
De todos esses precedentes, eclodiu a criatura
Bolsonaro, tido por muitos como um psicopata sem condições nem de ser síndico
de condomínio. Se o fosse, ele criaria cizânia e guerra entre os moradores. O
presidente parece só saber fazer bem uma coisa: bravatear. Talvez tenha sido
mesmo esse o atributo levado em conta por aqueles que o escolheram para
governar o Brasil. Não estou falando de seus fiéis eleitores, que por certo
identificam-se com ele. Estou falando dos interesses transnacionais que conseguiram
idiotizar, enraivecer e quebrar o país que ameaçava tornar-se um protagonista
mundial.
Essa coletânea de nossa história atual, retratada por vc no perrengas merece muito ser um livro de registro histórico.
ResponderExcluirEsse resumo de hoje transcendeu a própria história . Parabéns!
O que está ocorrendo agora é a destruição final do país. Mas para quem acha que a corrupção nos governos petistas foi a maior da história, lembro que só na privatização da Vale rolou maior valor de perda ao país do que nos 14 anos de governo petistas. Avaliada em 120 bilhões de dólares, ela foi entregue por 3,2 bilhões, a serem pagos em prestações em que a primeira seria depois de 5 anos. E o governo FHC que dizia que privatizava porque a Vale devia se modernizar e o governo não tinha dinheiro pra isso, ainda emprestou mais US$ 1 bilhão pro grupo "comprador" fazer as modernizações. Lembro que no primeiro TRIMESTRE deste ano, a Vale teve um lucro de R$ 30,5 bilhões, o que, mesmo com o dólar supervalorizado dá quase o dobro do preço que a empresa foi vendida. Quem vende uma empresa pelo valor que ela lucra em um trimestre?
ResponderExcluirQuanta categoria e excelência neste texto que muito bem define e esclarece as manobras políticas dos últimos anos.
ResponderExcluirParabéns
Síntese precisa e didática com fatos de dar náuseas, em total coerência com o resultado, o Bolsonáuseas.
ResponderExcluirAinda bem que começou em meados de 1990. Já pensou se fossem 30 anos antes!!!!