domingo, 6 de fevereiro de 2022

A Petrobras e a Funepo - TV Educativa de Ponta Grossa

 A Petrobras, estatal fundada em 1953, já foi a maior empresa brasileira, e uma das maiores do mundo. Atua na área de petróleo e derivados, a segunda maior indústria do planeta, só atrás da indústria da guerra. A Funepo ─ Fundação Educacional de Ponta Grossa ─, fundada em 1981, é a TV Educativa de Ponta Grossa; dedica-se à educação, à cultura e à filantropia. O que existe de comum entre as duas?

A Petrobras foi criada, e agigantou-se até a descoberta dos campos de petróleo do pré-sal ─ as maiores reservas descobertas no século XXI ─, sob a inspiração de ajudar o Brasil a alcançar o patamar de uma nação soberana, autossuficiente. Seu gigantismo, e a irreverência de pretender impulsionar a libertação do país de seu histórico papel de colônia fornecedora de matérias primas de baixo valor, decretaram a perseguição internacional de que foi vítima, e a transformação da antes estatal em uma parceira vassala dos interesses do ciclópico e voraz cartel internacional do petróleo. Por esse motivo hoje, apesar de exportarmos petróleo cru, pagamos aqui preços escorchantes dos derivados, impostos pelo cartel.

A Funepo ─ depois gestora da TV Educativa de Ponta Grossa foi criada no início da década de 1980, que foi marcada por renascimento de esperanças no Brasil. Foi a década do restabelecimento da democracia, dos movimentos sindicais que restituíram dignidade à condição de trabalhador, da Constituição Cidadã. Em sua trajetória, a TV Educativa tem apoiado e difundido programas educacionais e culturais regionais, e teve papel fundamental na viabilização de alternativas educacionais para contornar a obrigação de distanciamento imposta pela pandemia em 2020-21. A TV Educativa, dedicando-se à educação e à cultura, moureja pela melhora da capacidade de exercer a cidadania: o cidadão bem educado tem mais condições de participar da construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, tem melhor compreensão de seus deveres e de seus direitos.

Entretanto, estamos vivendo uma época em que a soberania e a emancipação que a Petrobras significou, e a educação e a cultura que a TV Educativa transmitiu, estão sob ataque. Não só estas duas instituições, mas tudo que é público está sob ataque: todo o sistema educacional, a saúde, os bancos, inclusive o meio ambiente e os recursos naturais, que são também bens públicos. Trata-se da culminância da nefasta lógica do ultraliberalismo, que visa ou extinguir ou privatizar, quer dizer, visa privilegiar para uns poucos, amiúde insaciáveis, tudo que seja comercializável: a educação, a cultura, a saúde, o alimento, a moradia, a água, o combustível...

Os dirigentes que têm sido eleitos sob o beneplácito da lógica ultraliberal vão continuar agindo a favor do interesse privatista dos seus financiadores de campanha eleitoral. É a população, legítima legatária do bem público, que deve contrapor-se ao desmanche das entidades estatais que ainda representam o sonho de um povo capaz de discernir, de engajar-se e de sonhar com um país soberano.

3 comentários:

  1. Tristes tempos onde se perpetua o Brasil colônia para sempre.
    Precisamos de lideranças que virem esse jogo. E consigam despertar o povo de sua pasmaceira. Viramos nanicos adormecidos. Mais um tempo e o nosso hino devera receber nova versão.
    abs.
    Carlos SA

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  2. Quando os eleitores descobrirem que é a Câmara dos Deputados e o Senado quem controlam as rédeas de comando da nação, pode ser que esses eleitores reflitam bastante na hora do voto. É preciso mudar, trocar também as peças estragadas da Câmara e Senado, para melhorar.

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  3. Com tristeza vemos as nossas vidas nas mãos de homens tão venais. Concordo com a Marlene precisamos tirar esses cadeira cativas da assembleia e do senado. E se possível diminuir em nr a representação por estado e as vantagens absurdas deles.

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