Os jornais estaduais da última quarta-feira (24/04)
noticiaram a redução de 30% na tarifa do pedágio, em decorrência de acordo de
leniência entre a força-tarefa da Lava Jato e a CCR RodoNorte. Foram
constatadas infrações e ilícitos praticados pela empresa, e embora as
investigações continuem sob sigilo, o Ministério Público determinou o
ressarcimento dos usuários e municípios lesados. Lembremos que o ex-governador
Beto Richa já foi preso duas vezes neste ano de 2019, entre outros motivos por
envolvimento em supostos crimes na concessão de rodovias do Estado.
Por outro lado, os jornais de Ponta Grossa da terça-feira
16 de abril exibiram notícia com o título “Prefeitura economiza em contrato com
a limpeza urbana”. A verdade é que o portal do TCEPR – Tribunal de Contas do
Estado do Paraná – informa que após auditoria realizada no contrato entre a
Prefeitura e a empresa Ponta Grossa Ambiental - PGA, concessionária da limpeza
pública, foi constatado sobrepreço que, pelas estimativas do TCE, chegaria a
24,2%. O tribunal também constatou “deficiência no controle e na fiscalização
dos serviços prestados pela empresa”.
Ou seja, desde 2008 os ponta-grossenses que pagam a taxa
do lixo estão pagando preços superfaturados, o que foi constatado pelo TCEPR ao
perceber que as despesas do município com a limpeza pública estavam acima do
normal. E que foi o descontrole por parte da contratante, a Prefeitura, que permitiu
a prática do sobrepreço por tanto tempo.
No caso do pedágio, está ocorrendo a devolução do que foi
cobrado em excesso, e há investigação sobre os responsáveis pelos contratos
lesivos, no caso o Governo do Estado. E no caso do lixo em Ponta Grossa? A PGA
vai ressarcir os munícipes e a Prefeitura por esse sobrepreço? E os
responsáveis na Prefeitura por um contrato lesivo ao munícipe e que beneficiou
a PGA, vão ser investigados?
O pior é constatar que a PGA vem investindo em
dispendiosas equipes de profissionais especializados, na obstinada tentativa de
viabilizar a implantação do aterro sanitário privado de sua propriedade em área
ambientalmente vulnerável, a mais inadequada do Município para essa finalidade.
Trata-se da área à margem direita do Rio Verde dentro da APA da Escarpa
Devoniana, próxima ao Parque Nacional dos Campos Gerais e ao Parque Municipal
do Capão da Onça, sobre a área de recarga do Aquífero Furnas. A PGA já teve sentença
condenatória em processo na Justiça Federal em que é ré por adulterar e retirar
dos mapas nascentes e áreas úmidas, o que fez para viabilizar seu condenado
empreendimento, situado em áreas de proteção permanente protegidas por lei e
colocando em sério risco mananciais subterrâneos que abastecem a cidade de
Ponta Grossa.
No caso dos pedágios, investigado pela Lava Jato,
autoridades do poder público e a concessionária estão sendo investigados e
punidos. E no caso do lixo em Ponta Grossa? Quem vai investigar e, se for o
caso, punir?
Bons questionamentos que você faz, tomara que isso sirva de alerta para Ponta Grossa.
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