O primeiro alvo atingido seria o Brasil. Depois a
Humanidade toda, o planeta Terra.
Muito se tem discutido sobre a importância da proteção da
Amazônia. Mas questões essenciais têm sido deixadas de lado.
Sim, a Amazônia é fundamental para o equilíbrio do clima
mundial. Sua devastação implicaria em liberar carbono e outros gases estufa num
montante que o planeta talvez não consiga suportar sem drásticas mudanças
climáticas.
Sim, a Amazônia, e as terras indígenas demarcadas, são
fundamentais para mostrar-nos que, ao longo de nossa História de devastadores conquistadores,
fomos capazes de aprender algo. Que é
necessário garantir ao que ainda resta dos povos originários territórios em que
eles consigam preservar sua cultura. E procurar aprender com eles. O uso de
ervas medicinais e outras benesses naturais, como conviver em harmonia com a
floresta e a natureza, como cultivar uma espiritualidade que fortalece a grandeza
da alma humana. A chamada etnociência, que a ciência convencional está
aprendendo a valorizar.
Sim, a Amazônia é fundamental pelo que
possa ocultar de minérios ainda não descobertos, que poderão ser essenciais num
futuro próximo. Mas estamos longe de aprender a ponderar sobre a exequibilidade
de explorar esses recursos sem comprometer a floresta. Estamos longe de ter a
sobriedade para saber avaliar o que nos é mais vital: os recursos que o subsolo
pode esconder ou o suporte para a sobrevivência que a mata já nos revelou.
Sim, a Amazônia é essencial pela sua incomparável
biodiversidade, da qual ainda pouco conhecemos os préstimos ambientais operados
para o resto do mundo. A floresta com certeza encerra um patrimônio genético
que poderá nos revelar aplicações inestimáveis para a Humanidade e para o
planeta.
Mas por outros motivos talvez mais essenciais a Amazônia precisa
ser preservada. Ela é a fonte dos chamados “rios voadores”. São correntes de ar
de grandes altitudes que trazem da floresta a umidade que transforma boa parte
do Brasil (no Centro-Oeste, Sudeste e Sul) em áreas férteis, quando nas mesmas
latitudes no restante do mundo ocorrem desertos, por conta de circulações atmosféricas
que controlam o clima do planeta. Devastar a Amazônia seria secar os rios
voadores, seria mais catastrófico que bombardear o Brasil como numa guerra de destruição
total.
Uma vez devastada, para quê serviria a Amazônia?
Pecuária? Cultivo? Os solos da floresta são os chamados latossolos, solos muito
antigos e por isso empobrecidos em nutrientes. A exuberante floresta subsiste graças
à reciclagem da matéria orgânica, e os nutrientes nela contidos, que provém da
própria renovação da mata. Folhas, galhos, troncos formam a serapilheira que
cobre o chão da mata, decompõem-se e são imediatamente reincorporados nas novas
plantas que crescem. Ao mesmo tempo, a serapilheira preserva a umidade do solo
e o protege da erosão. Desmatar, e o pior, queimar, é quebrar este delicado ciclo,
e condenar os solos à erosão e à infertilidade.
Enfim, não perceber a essencialidade da preservação da
Amazônia demonstra uma imbecilidade só concebível por uma estupidez sem
tamanho, ou por uma sôfrega ambição que não consegue deixar ver além do próprio
nariz. Essa imbecilidade é a mão que dispara o míssil de destruição contra o
Brasil e o planeta.
Um belo texto em defesa da Amazônia.
ResponderExcluirSim um texto perfeito.
ResponderExcluirSão vidas e mais vidas.
Espécies e espécies a serem.preservadas.☹️😕😥
Existe na Netflix uma serie chamada One Strange rock. No primeiro capitulo tem uma explicação de tudo que você fala em seu texto com imagens pra lá de especiais.
ResponderExcluirFica a dica pra que deem uma olhada. No mais, mais um belo texto do Mario nesse Perrengas. Abs. Carlos SA