sábado, 13 de novembro de 2021

Moro e a corrupção

Numa performance de malabarista, o ex-juiz Sérgio Moro, após os desentendimentos com sua criatura, o eleito Bolsonaro, e ver frustrados os planos de ser indicado ministro do STF, bandeou-se para os EUA. Lá se associou e advogou para uma consultoria internacional. Um dos clientes da consultoria é a Odebrecht, uma das empresas arruinadas pela Lava Jato, a operação comandada por Moro que foi desmascarada pela Vaza Jato, a revelação de documentos provando que se tratou de uma operação fraudulenta, que visou desmontar empresas brasileiras e pôr no governo fantoches obedientes aos interesses do mercado e do grande capital sediado nos impérios do Norte. A especialidade da assessoria internacional a que Moro associou-se é justamente a recuperação de empresas abaladas financeiramente, caso da Odebrecht, OAS, JBS, Petrobras e outras, vítimas da farsa da Lava Jato.

Agora a Fênix renasce no país da mentira, dos oportunistas e da falta de discernimento do povo. Moro lança-se candidato à eleição de 2022, pelo Podemos. E logo no discurso de filiação diz que é o candidato contra a corrupção, contra o mensalão, o petrolão, as rachadinhas, o orçamento secreto, os crimes todos atribuídos a Bolsonaro e Lula, que levaram este último a dois anos de prisão. Esta agora reconhecida uma indecente violação jurídica, orquestrada por Moro, que visou destruir a possibilidade do Brasil ter empresas e governo progressista fortes. Isto seria uma ameaça para os interesses do mercado e do imperialismo.

Como Moro pode, arrogando-se honesto, falar de mensalão e petrolão, que as investigações sérias mostraram tratar-se de invenções destinadas a sabotar o governo progressista que estava transformando o Brasil num protagonista mundial? Como ele pode falar em honestidade e luta contra a corrupção após ser o principal responsável pela farsa da Lava Jato, operação fundamental para que se instalasse no país o desgoverno que temos agora?

Moro não é bobo, já o provou sobrevivendo ao escândalo da Vaza Jato e ao rompimento com sua criatura Bolsonaro. Certamente viu que nas pesquisas eleitorais em curso, os ludibriados entrevistados têm declarado que pouco associam tanto Bolsonaro quanto Lula com capacidade de combater a corrupção. O ladino ex-juiz está procurando ocupar esse espaço que lhe foi criado por outro personagem deste nefasto imbróglio nacional: a grande mídia. Foi a grande mídia que criou o caçador de marajás Collor, que demonizou o PT e Lula, que promoveu o golpe de Dilma, que endeusou a Lava Jato e Moro. E que agora faz de conta que critica Bolsonaro, mas na verdade é seu grande aliado. Acordemos, a grande mídia está a serviço dos mesmos interesses do mercado e do imperialismo que fabricaram o mensalão, o petrolão, o golpe contra Dilma, Moro, a Lava Jato e Bolsonaro.

Resta outro personagem crucial: o povo, que se manifesta pela “opinião pública”. O povo parece continuar sendo a massa hipnotizada pela grande mídia, atoleimada com o deturpado noticiário diário, com as mentiras digitais, as fake news que infestam nosso dia a dia, e a desavergonhada astúcia de supostos homens públicos como Moro. Falta-nos o discernimento e a coragem de encarar a verdade para deixarmos de ser a senzala com complexo de vira-lata, e enfim tornarmo-nos povo e nação livres.

 

4 comentários:

  1. O mais chocante é permitirem essa candidatura, sem sequer terem punido a ele e de seus comparsas .
    O país não tem mais jeito.
    Mas pessoalmente , acredito que ele não avança.

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  2. Muito bom artigo. E quem quiser se doer que doa. Mas é a pura verdade. O povo tá cego, surdo e mudo. Acorda Brasil.

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  3. Realmente é terrível. O jornalista Kennedy Alencar sempre achou Moro mais perigoso que Bolsonaro.

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  4. Embora nossa imensa diversidade, a árvore mais robusta e profícua que temos é uma exótica, ofertada pelos "amigos" das capitanias hereditárias. Em alguns países não vingou ou ficou nanica, mas aqui se tornou exuberante e lança frutos em borbotões, a calhordeira.

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